Para muitos, cena de ficção mística. Para outros, uma realidade próxima. Levar em consideração o Mapa Astral de alguém num processo seletivo de emprego parece uma doideira apenas se você não conhece a Astrologia. E a maioria das pessoas não conhece a Astrologia, que é um conhecimento presente na humanidade há mais de 5.000 anos. Astrologia não é ciência. Astrologia não é religião. Astrologia é um conhecimento antigo baseado na observação do céu: é a mãe da astronomia. É preciso fazer algumas rápidas observações instrutivas antes de continuar: os signos não são as constelações e o Mapa Astral não é o seu signo.
Os signos foram pensados no hemisfério Norte a partir da observação atenta do céu e da correlação com tudo o que acontecia aqui embaixo. “Coincidentemente”, batia com a passagem do sol por determinada constelação, é verdade. Mas o foco nunca foi a constelação e sim a correspondência aqui embaixo. Por exemplo, quando o Sol passava numa determinada área do céu que correspondia à constelação de Áries, os antigos do hemisfério Norte observavam que aqui embaixo estava rolando, sem nunca mudar, a época do ano em que pipocam as flores. Uma época de inícios que chegava após um inverno sofrido e que exigia a coragem de ir para a vida! Após meses de frio e de viver uma vida para dentro (Sagitário, Capricórnio e Peixes), a vida pedia impulso, proatividade e criatividade para se reinventar. Exatamente o que eles viam acontecer na natureza com a chegada da primavera. E assim para todos os signos do zodíaco: todos eles correspondem às estações do ano. Alguns são signos de entrada das estações (Áries, Câncer, Libra e Capricórnio), outros são do meio das estações (Touro, Leão, Escorpião e Aquário) e, por fim, tem aqueles que representam o final de cada estação do ano (Gêmeos, Virgem, Sagitário e Peixes).
Os signos, para deixar claro, não são as constelações, muito embora exista uma correspondência (não perfeita) entre o que está acontecendo aqui embaixo e percurso aparente do Sol através das constelações no céu. Os signos são energias! Faixas de luz. Energias que representam cada uma das fases da natureza.
Mas um Mapa Astral não é apenas os 12 signos, ainda que sejam eles a dar o colorido para cada elemento do Mapa. O Mapa Astral nada mais é do que uma espécie de foto do céu de um momento exato no tempo e no espaço. Qualquer momento exato. Vou explicar: no dia em que você nasceu, por exemplo, na cidade em que você nasceu e no horário exato em que você saiu da barriga da sua mãe e deu a primeira respiração neste mundo, os planetas lá do céu estavam cada um em uma determinada posição. Isso é astronomia, eles estavam lá, você pode fazer uma viagem no tempo com o seu foguete e ir lá conferir pessoalmente com os seus próprios olhos se quiser.
O fato de os planetas estarem dispostos de uma maneira específica no céu, se comunicando entre eles por meio de ângulos matemáticos, usando a roupinha de cada um dos 12 signos do zodíaco e espalhados pelas diferentes áreas da experiência humana dizem, sim, muito sobre você. Eu diria que dizem TUDO sobre você. Mas a astrologia não é um conhecimento determinista: os astros inclinam, não determinam.
Se formos pensar em termos de Mapa Astral do dia do nascimento (que se chama Mapa Natal), e entendermos que a astrologia se baseia no princípio da correspondência (agora estamos no Antigo Egito, tá acompanhando?) segundo o qual “tudo o que está em cima é como o que está embaixo; tudo o que está embaixo é como o que está em cima. Tudo o que está dentro é como o que está fora; tudo o que está fora é como o que está dentro” (se você quiser aprofundar, indico um livro fantástico de conhecimento antigo que chama Caibalion, Google it), então a primeira informação relevante é a de que não tem nenhum planeta se comunicando com você através da emissão de raios ultravioletas supersônicos que fazem com que você faça qualquer coisa. Sinto decepcionar.
Na verdade, por meio desse princípio, fica bem simples entender como a complexa Astrologia funciona: o céu do momento do seu nascimento (o que está em cima) é como você (o que está embaixo). O céuzão do momento exato do seu nascimento que pertence a esse Universo gigante (o que está fora) é como isso aí que você carrega e chama de “personalidade”(o que está dentro). Deu pra entender? Você carrega esse céu dentro de você. Agora me diz, você é uma coisa só? Ou você é muitas coisas, tantas coisas que você nem sabe ainda tudo o que você é? Pois é, desconfiei. Por isso o Mapa Astral Natal é igualmente um troço super complexo, visto que ele contempla todas as dimensões do seu ser, todas as épocas da sua vida, todas as suas potencialidades, medos, inseguranças, capacidades, interesses. Ele aponta todas as suas tendências. Acredito que agora podemos prosseguir.
O Mapa Natal é uma ferramenta importantíssima de autoconhecimento capaz de auxiliar você a encontrar respostas que talvez você pudesse encontrar do mesmo jeito porém levando muito mais tempo, quem sabe o tempo de uma vida. O Mapa Natal encurta distâncias e acelera o processo de tomada de consciência sobre os seus próprios processos.
Acho que fica fácil agora entender como isso pode vir a ser interessante quando bem utilizado num processo seletivo, por exemplo. Através da astrologia (como uma aliada ao Currículo e à entrevista do candidato), é possível ter uma indicação bastante segura sobre o real perfil de um candidato. Currículos, vamos combinar, há tempos que deixaram de significar muita coisa. O que sobra no mercado é gente empilhando qualificação e diplomas variados com pouca ou nenhuma capacidade de praticar o que estudou ou mesmo com pouca ou nenhuma habilidade de se relacionar com os coleguinhas.
“Ah, mas então vai ter preconceito na hora de selecionar alguém para uma vaga de trabalho?” Mais do que já tem? Não acredito. Além disso, se você acompanhou o fio da meada até aqui, vai ver que aquela história de não contratar escorpianos e arianos não faz sentido nenhum: é preciso analisar o Mapa como um todo!
Existem pessoas com maior habilidade técnica. Existem pessoas com maior habilidade teórica. Pessoas criativas. Pessoas comunicativas. Pessoas executoras. Pessoas coordenadoras. Pessoas empatas. Pessoas fechadas. Pessoas líderes. Pessoas expansivas. Pessoas tímidas. E uma boa leitura do Mapa do candidato focada no perfil que o empregador procura para determinada posição auxilia esse empregador a não contratar um peixe para subir numa árvore. Entende?
Eu sei, não é simples. Vamos ainda precisar desconstruir muitos preconceitos culturais decorrentes da ignorância e da falta de estudo sobre a Astrologia, que lá atrás no tempo era inclusive ensinada em todas as Universidades, inclusive na faculdade de Medicina.
Entender que o ser humano é muito mais do que um corpo e um cérebro é fundamental para que sejamos capazes de ajudar o mundo a caminhar para frente. Já passou da hora de todas as áreas do conhecimento entenderem e praticarem o fato de que somos muito mais complexos e espirituais que isso. E a Astrologia é uma ferramenta milenar que temos nas mãos com uma capacidade fantástica de auxiliar fortemente nesse processo. Então, por que não?